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08/03/2010

Página 19 do Jornal EXPRESSO de 6 de Março: "TABEFES DA DISCÓRDIA EM ESCOLA DE AZEITÃO"

Na última edição do semanário EXPRESSO (6 Março) foi editada pelos jornalistas Ricardo Marques e Isabel Leiria a inacreditável noticia:

>>Professor de Português e director do jornal local escreveu que está a aplicar a “metodologia do tabefe”. O caso já está na DREL

Um tabefe, ainda que ligeiro, pressupõe rapidez, coisa de segundos, e dois sujeitos. O que dá e o que leva. A simplicidade da equação complica-se consoante o contexto.

Em Azeitão, um professor de Português, que é também director do jornal local, escreveu num artigo da edição de Fevereiro que está a aplicar a “metodologia do tabefe” em alguns alunos de 12 e 13 anos, com autorização dos pais.

A directora do agrupamento de escolas, alertada, correu a comprar o jornal. “Li várias vezes e não queria acreditar. Já comuniquei a situação superiormente”, diz Maria Clara Félix.

António Chumbinho, o professor e autor, questionado sobre se dá ou não tabefes aos alunos, responde: “Oficialmente, não”.


O caso está agora na Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL).

In jornal Expresso rmarques@expresso.impresa.pt


Os castigos corporais dados às crianças são actualmente alvo de tolerância zero, por parte do Conselho da Europa. Presentemente, já são proibidos em 16 países, quer em casa quer na escola.

As razões subjacentes a esta afirmação prendem-se com a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, aprovada em 1950, que, no seu artigo 3º, proclama que “Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a penas ou tratamentos desumanos ou degradantes”, e com o facto de não se justificar, de acordo com os diferentes especialistas, como medida “correctora” ou “educacional”. Portugal ratificou a Convenção 38 anos depois.

A violência é uma constante associada desde sempre à natureza animal, mas que no caso do homem se traduziu, e traduz-se, em momentos loucos impróprios de seres com alma! Todos os esforços no sentido de controlar e evitar a violência são de estimular, possibilitando que, no futuro, os nossos descendentes possam viver em sociedades mais felizes.

A supressão dos castigos corporais no mundo é um passo que, a concretizar-se, poderá constituir um salto civilizacional muito significativo.

Ao olhar para o passado recordamo-nos de actos violentos praticados sobre crianças e adolescentes. Na escola, o castigo corporal era uma constante praticada por muitos professores autoritários, verdadeiros especialistas em “pedagogia da pancada”. Tudo servia, réguas, canas da índia, mãos, pés, mata-borrões - num jogo semelhante ao lançamento do disco - para não falar nos insultos e humilhações. E não era só nas escolas primárias que ocorriam estas medidas.

Recordo de duas cenas, ocorridas no meu sétimo ano reveladoras da agressividade dos docentes de então. Numa aula de matemática o professor atirou-se de repente, como se fosse uma pantera, ao meu melhor amigo esmurrando-o e pontapeando-o pelo facto deste não ter conseguido resolver um exercício no quadro. Toda a turma ficou estupefacta perante esta cena.

Em seguida, começou a berrar, perguntando quem é que ia resolver o problema. Enquanto os meus colegas se entreolhavam, revelando um terror difícil de escrever, eu sentia uma raiva crescente pelo facto do meu amigo ter sido humilhado. Acto contínuo, levantei-me e dirigi-me para o quadro. Sem dizer uma palavra agarrei no giz e apesar de o ter partido, por duas vezes, resolvi-o. Virei-me ostensivamente para o professor, olhando-o de tal modo que a única resposta que obtive foi um sorriso amarelo, amarelo dos cigarros e amarelo ao aperceber-se do que deveria estar a pensar dele.

A outra cena passou-se com a atarracada e prepotente professora de física que obrigou uma aluna mais alta e, por sinal, muito simpática, a vergar-se para ser esbofeteada. As suas faces ficaram vermelhas, mais da vergonha do que dos tabefes, e as lágrimas irromperam-lhe em esguicho, tudo isto debaixo do sorriso triunfalista da sacaninha autoritária. Tínhamos na altura 17 e 18 anos!

A par desta violência, a praticada pelos pais, ou melhor pelo “pai”, chegava a assumir contornos de brutalidade nauseabunda. Quantas vezes, pela manhã, as crianças apareciam na escola com as faces inchadas, como se tivessem abcessos dentários, olhos semicerrados pelos edemas das pálpebras azuladas, ocultando uma tristeza que todos adivinhávamos.

Num domingo de Verão, ao princípio da tarde, dominado por um calor insuportável, ouvi uma cena de tortura efectuada por um pai a um dos meus amigos. Os berros insultuosos acompanhavam-se dos gritos de dor do jovem e dos sons do cinturão de couro cru a flagelar o seu dorso. Fugi para casa horrorizado acabando por vomitar.

A iniciativa do Conselho da Europa de terminar definitivamente com quaisquer castigos corporais é de louvar. Há, no entanto, reacções instintivas, difíceis de prever, mesmo que sejamos contra estes tipos de castigos.

Há muitos anos, o meu filho, com pouco mais de um ano de idade, testou a eficiência dos seus incisivos bem afiados no meu ombro esquerdo quando o levava ao colo no parque. Já tinha sido picado por uma vespa, mas, garanto que a dor foi em tudo semelhante! Em ambos os casos tive a mesma reacção. A vespa levou uma palmada e o miúdo também...

Termino recomendando ao professor António Chumbinho para ter mais paciência e reflectir em algumas atitudes que terá de modificar se continuar a mostrar querer ser um bom professor.
PARECER NÃO CHEGA TEM DE MOSTRAR SER......

17 comentários:

Anónimo disse...

É de louvar haver um blog sobre Azeitão.
Concordo que as crianças não têm que ser mal tratadas, nem física, nem psicologicamente.
Acontece que este professor lamentavelmente acredita que a pedagogia do tabefe funciona e tal comportamento salta à vista.
O que ainda não salta à vista e se pratica é a humilhação dos alunos e o que defino por espezinhar e abuso de poder.
Nem o ministério, nem a DREL no meu entender defendem verdadeiramente os direitos dos alunos contra muitos abusos que acredito que os professores cometem. Acho que professores penalizam alunos como bem querem e entendem! Se não fisicamente ou psicologicamente, fazem-no com as notas que lhes dão e ninguém intercede a favor dos alunos.
Na escola Básica Integrada da Quinta do Conde, segundo rumores há uma professora de Inglês, que se não estou em erro, se chama Antónia que dizem alguns alunos que é perita em humilhar, ao ponto dos alunos começarem a detestar a disciplina. Questiono-me: Será que esta senhora sabe assim tão bem a língua que ensina ou é esta uma triste forma de se auto-elevar?

Anónimo disse...

Bom dia! Acompanho regular e atentamente o vosso blogue, de que tenho gostado bastante. Hoje, porém e infelizmente, decidi participar para dar conta da minha perplexidade com a inserção desta notícia no vosso blogue. Qual o objectivo? Discutir a Educação? Não me pareceu. Alás, já deu azo ao comentário anterior, em que anonimamente se julga uma professora, se lhe atribui o nome, ou seja, se delata um caso pessoal...
Peço desculpa, mas: faltará muito para levar a tribunal os pais dos alunos que pediram ao professor que desse um tabefe aos seus filhos? Como já se vai vendo, a escola tem sido um alfobre de "novas facilidades" ou "vaidades"... Qualquer um percebe de Educação, embora vão dizendo que eles, "professor, nunca"!...
Não conheço o professor, mas temo que seja um daqueles bons professores que pretende evitar que os seus alunos sejam poupados aos "tabefes" que a sociedade lhes vai dar mais tarde, se não aprendem regras de socialização (Educação). Quanto aos outros pais que não pedem aos professores a "pedagogia do tabefe", esperemos que não pertençam ao grupo dos Encarregados de "Educação" que só o são de nome, pois nem eles próprios se fazem respeitar pelos "educandos"...
E mais não digo...
Reitero que não gostei deste anonimato a assinar quer a notícia do blogue, quer a dos comentários (a minha, inclusivé, que a mais não arrisco)... e, continuação do bom trabalho de informação e cidadania que tem sido seguino no vosso blogue. Continuarei a passar...

Anónimo disse...

Isto é extremamente escusado!

Anónimo disse...

Um adulto só bate numa criança porque é mais velho e logo mais forte.
Será cobardia ou valentia ?
Será educação ou agressão ?
E a Declaração Universal dos Direitos da Criança ?
E a Declaração Universal dos Direitos do Homem ?
Será que em mais de três décadas de democracia este é o resultado ?
Há pessoas (adultos ou crianças) que não aprendem mesmo.

Anónimo disse...

Não conheço a Escola em questão, mas em geral quando alunos entre os 10 e 14 anos desafiam a autoridade do professor na sala de aula, não querem fazer absolutamente nada senão conversar com o colega, mandar SMS e atender telefonemas, e quando interpelados por um professor, o desafiam e em casos extremos ofendem, a "metodologia do tabefe" talvez seja de considerar. Experimente ficar numa sala com cerca de 20 a 30 meninos, com problemas disciplinares, comportamentais e outros que mais, filhos de pais que pouco ou nada ligam á formação e educação dos filhos (porque não tem tempo para tal) e que quando chamados à escola para serem informados do progresso escolar ou de problemas relacionados com os seus filhos, ou não aparecem, e se aparecem, apresentam-se com os respectivos filhos, para responsabilizar a escola e os professores pelas más notas do filho.
No entanto devo dizer, não defendo a violência em termos educativos.

Anónimo disse...

Penso que muitos problemas na sala de aulas seriam resolvidos com câmaras de filmar. Ajudaria tanto os professores como os alunos e muitos país teriam a possibilidade de ver o verdadeiro comportamento dos seus filhos.
As câmaras já existem em muitos dos espaços que frequentamos.

Anónimo disse...

Uma vez ouvi uma frase do Srº Professor Eduardo Sá que não a esqueci "muitas vezes os pais são Encarregados da Má Educação dos filhos.
Será que um aluno que respeita o pai e a mãe é mal educado para um professor?
Sou mãe de dois rapazes e não defendo de maneira nenhuma a violência nem fisica nem psicologica, mas de facto acho que os professores têm pouca autoridade perante os alunos.
Acho que não existe um meio termo,não queremos nem oito nem oitenta.
Muitas vezes certos alunos e são cada vez mais conseguem destabilizar uma turma inteira, prejudicando não só o professor como todos os colegas,impedindo que se aprenda a matéria e que se estabeleça uma boa relação entre alunos e professores, afinal todos nós sabemos que os nossos filhos passam tanto ou mais tempo na Escola do que em casa. Pensem no papel do professor como muito importante da vida dos nossos filhos.

Anónimo disse...

DO ARTIGO QUE FOI ESCRITO PODER FALAR-SE EM VIOLÊNCIA FISICA PENSO QUE É TUDO MENOS UMA CONCLUSÃO SÉRIA...ALIÁS CREIO ATÉ QUE QUEM FEZ A "NOTÍCIA" OU MELHOR A NÃO NOTÍCIA FOI A SENHORA PRESIDENTE DA ESCOLA...E NÃO POR RAZÕES PEDAGÓGICAS...MAIS POR RAZÕES PESSOALÍSSIMAS E DE INCOMPATIBILIDADES...ERA BOM QUE A DREL AVALIASSE O "AMBIENTE PEDAGÓGICO" QUE A SENHORA PRESIDENTE DA ESCOLA ALI ALIMENTA. DEIXEM-SE DE TRETAS. QUANTOS DE NÓS JÁ FALARAM EM TABEFES... SÓ QUE EM SURDINA... UM TABEFE NA HORA CERTA É BEM MAIS EFICAZ QUE TODAS AS METODOLOGIAS APREGOADAS. E NÃO DIGAM QUE É VIOLÊNCIA... VIOLÊNCIA? NÃO ME LIXEM...É SÓ PARA SE ARMAREM É FINOS E ALTOS PEDAGOGOS

Anónimo disse...

isto é completamente absurdo, o Professor Chumbinho nunca iria bater em qualquer que seja o aluno. Fui seu aluno durante anos, e foi sem dúvida alguma o melhor professor que tive até à data.

Anónimo disse...

Caros leitores
Designa-se por "Tabefe", "Bofetão" ou "Sopapo" a pancada na cara dada com a mão.
Se alguém tem a coragem de dizer que pancada não é agressão, já não sei o que é agredir alguém.
Sou também professor há alguns anos e nunca me passaria pela cabeça resolver um problema com um aluno utilizando o bofetão ou a pancada como método.Acho que seria melhor dar-me como inapto para a função docente e dar o lugar a quem seja capaz de formar seres humanos sem recurso a meios e formas de violência, seja esta física ou psicológica.
Reconheço que os tempos mudaram. A escola é hoje o local onde as crianças e os jovens passam a maior parte do seu dia, o que não acontecia há alguns anos atrás já que tinham tempo para brincar em casa ou na rua, isto para não falar dos "feriados" ou falta de professores, que permitiam intervalos maiores para os alunos que brincavam e corriam, descarregando assim as suas energias. Hoje com a ocupação plena dos alunos estes espaços não existem em muitas escolas (não sei se é o caso).
A escola mudou, a vida das famílias também, o mundo mudou. É preciso e urgente encontrar formas de nos adaptarmos aos novos tempos e às novas exigências da sociedade.
A pena de morte existe, mas no entanto no nosso país (felizmente)não é legal nem constitucional.
A agressão (tabefe/Bofetão/Sopapo) existe mas no entanto no nosso país não é legal (veja-se o que diz o Código Penal e a Lei de Protecção de Menores).
A agressão mesmo dentro das quatro paredes de casa pode (e em meu entender deve)ser denunciada como crime. Não quero pensar que Tabefes ou Bofetões voltam às escolas (prática de outros tempos e que foi por todos banida).
Os professores e os legisladores terão de ser capazes de encontrar alternativas que não passem métodos de agressividade física. Não podemos baixar os braços e rendermo-nos ao que é mais fácil.
As associções de pais apresentaram já ao Ministério algumas sugestões, de entre muitas possíveis.
A falta de autoridade das escolas e dos professores não pode ter como resposta a agressão a crianças.
Educar / Formar é um processo complexo e dificil e provavelmente não é para todos.
Gostava que as escolas e que a função docente fossem notícia por boas razões (e são tantas as que nos orgulham) que lamento a publicação de artigos e notícias que continuem a denegrir a imagem da escola e dos professores.
Quem não recorda com saudade a sua "professora primária" que foi firme (mas não agressiva), directa e objectiva mas simultaneamente meiga, carinhosa e companheira.
Um professor é educador e formador e não pode baixar as armas da sua autoridade e função, reagindo impulsivamente a situações de provocação ou de falta de educação.
Um bom professor hoje não dá garantias manter essas qualidades a vida toda - infelizmente.
Quando tiver mais alguns anos que dirão os meus colegas e os meus alunos de mim ? Pois não sei.
Os meus alunos de hoje sei o que dizem, os que terei daqui por 10 anos, pois não sei.
É preciso dignificar a função docente. A agressão é contrária à dignificação.

Anónimo disse...

Conclusão SÉRIA
Ao leitor que me respondeu
Se um tabefe não é agressão diga-me por favor o que é ?
Como reparou estou a ser educado que foi coisa que vossa senhoria não foi.
Fui procurar ao dicionário e não encontrei outra definição mas se encontrar, por favor diga-me. Gosto de quem sabe mais que eu, o que não gosto é de quem só diz mal.
Devo referir que sou homem e que sou director mas não da escola de Azeitão.
Quanto aos tabefes devo dizer que provavelmente tem razão "quantos de nós já falaram em tabefes ... só que em surdina" e devo dizer que depois de ter lido o que referiu "conclusão pouco séria", confesso que me apeteceu dar-lhe um tabefe (mas só porque somos adultos).
Se "um tabefe é bem mais eficaz" faça o favor de os aplicar nos seus e nunca nos dos outros ok?
Seja feliz (com ou sem tabefes) o problema é seu

Anónimo disse...

Tenho acompanhado esta cena dantesca à distância (pouca) de quem também é professora, se orgulha de o ser e acha que há muitas formas dignificantes de dignificar a profissão, contra ventos e marés ...Mas dar Tabefes? DAR TABEFES???? Mas vivemos em que mundo?? Estou espantada com o que "corre" em tinta e ideias e com a espécie de aceitação que colegas assumidos e anónimos de uma forma geral têm comentado a situação neste blogue e "arredores". Estou em choque, como professora e como mãe...É preciso estar-se muito desesperado, como pai/mãe e como docente para aceitar ou calar estas atitudes! E pouco importa se se trata de um "tabefe não oficial", de uma forma retorcida de liberdade de expressão. Então e a responsabilidade social, de um professor e de um jornalista? Ou de um professor jornalista? Ou será ao contrário? E que implicações tem isso? Como é que outro professor da mesma escola ou de outras se posicionarão daqui em diante relativamente à "hipótese do tabefe"? Comenta-se em surdina que "um tabefe na hora certa remediava bem o assunto"... sim, pois acredito, mas apenas ouve esse tipo de comentários quem tem ouvidos para o escutar.
"DEIXEMO-NOS DE TRETAS"??!!! Como? Só lamento que a liberdade de expressão, neste blogue como noutros meios de comunicação, permita às pessoas alucinações de nervos!! Como é possível?

E a Associação de pais, já se posicionou? Sim, porque eu só ouço falar dos pais que "deram autorização" para o "ben"dito tabefe, mas não ouço nada sobre que atitudes a Associação de Pais tomou ou está a tomar para esclarecer esta questão. Se este silêncio "para fora" é igual a um "silência para dentro", considero essa posição um escândalo à escala da atitude do Professor.

E se o Sr professor não dá tabefes, como alguns defendem? Então, porque optou por levantar esta onde? Que direcção pretende dar ao Tsunami? Não se percebe. Num segundo momento, se as pessoas sensatas esperavam que o referido sr se retratasse publicamente, desanganou-se e angustiou-se com as comparações afonsinas do seu último texto.
(Continua)

Anónimo disse...

(continuação)
Como mãe, acho que tenho o direito de reclamar uma decisão exemplar sobre este assunto, que seja tão pública e publicitada como a polémica.

Como professora, é quase um insulto que esta situação caia no esquecimento, como qualquer outra notícia bombástica com que a opinião pública se entretém até vir uma outra bomba distrair as atenções.

Fico espantada com o sururu que isto está a dar e a pouca reacção da DREL. Esta impunidade é normal?? Um tabefe "publicado" é menos grave que um "comprovadamente dado"? Então e o apelo que isso faz a que se siga o exemplo? A "directora da escola persegue"? Como assim? Não está a fazer o que devia? Não deveria até ter poderes (a famigerada autonomia das escolas, essa sim, parece-me uma "treta")para ter podido avançar com procedimentos à altura da gravidade desta situação?

Eu conheço o ambiente na Escola de Azeitão...não vou deter-me a defender, nem o ambiente, nem a Directora, porque isso afastaria as atenções do que realmente interessa, que é o que fazem as pessoas que culpam a referida directora e o referido ambiente. Se o objectivo é distrair, o resultado é, no mínimo, infantil. Ui, o que fui dizer!!Lá vem o tabefe! (melhor ter cuidado... já agora, questiono-me: o professor terá uma chec-list com os meninos - que as meninas não - cujos pais autorizaram o método, ou "vai tudo a direito"?)

Foi para isto que pais, avós e alguns de nós fizeram o 25 de Abril?? Ah, não, esperem!! Depois das últimas retóricas do sr professor, referir-me aos ideiais do 25 de Abril pode querer significar exactamente o contrário do que eu poderia pensar (se calhar estivemos enganados este tempo todo!!!)

Aconselho o dito "professor" a que, numa próxima crónica acentue a sua veia sádico-humorística; poderia chamar-se "Liberdade de expressão ou como libertei o tabefe encaputado"!!

Que se retratasse! Seria pouco... mas ficava-lhe bem!

António Chumbinho disse...

Caros comentadores e autores deste blog

Chamo-me António Eduardo Chumbinho e - lamento imenso - vou desapontar todos aqueles que gostariam que eu fosse um troglodita.
Ninguém é dono da verdade e a nossa Constituição permite que qualquer pessoa emita a sua opinião, através do meio que achar mais conveniente (como é o caso deste blog).
Nunca dei, nem considero a hipótese de vir a dar, um tabefe a qualquer aluno.
Perguntar - ou pedir para perguntar, porque segui a tramitação correcta - a alguns pais o que pensavam de eu dar um tabefe aos seus filhos, não é, de forma alguma, a mesma coisa que dar um tabefe.
Foi uma experiência interessante - colocar a questão - com um resultado interessante.
Sou um professor que nunca se esquece que a primeira prioridade são os alunos. Não são questões corporativas, nem ideológicas, nem outras. São os alunos.
A minha maior gratificação é saber que os meus alunos aprendem; que se tornaram livres pensadores, com espírito crítico e com ferramentas para interpretar bem, escrever bem e estruturarem bons raciocínios com base linguística.
Amo o meu mister.
Sou rigoroso? Sim.
Sou disciplinador? Sim.
Mas aqueles que foram meus alunos, quantos deles já adultos e profissionais de diversas áreas, sabem o carinho que tenho por todos aqueles miúdos e miúdas que se sentam nas carteiras e perante os quais tenho uma das maiores responsabilidades que existe.
Para terminar, quero apenas dizer três coisas:
1 - Não me parece bem julgar aqueles que não conhecemos e/ou o trabalho que desenvolvem (porém, vivo bem com essa incontornável característica humana);
2 - Para informação de alguns, há mais de 10 anos que deixei de "mandar alunos para a rua". Isso está registado. Não excluo ninguém e luto até ao limite pelo sucesso (real e não meramente estatístico) daqueles perante os quais tenho responsabilidade - os meus queridos alunos;
3 - Embora seja uma pessoa muito ocupada, o meu endereço é anchumbinho@hotmail.com e poderei debater (dentro do tempo disponível) o tema da Educação/Formação com qualquer agente preocupado; estou sempre disponível para aprender.
Saudações a todos,

António Eduardo Chumbinho

Anónimo disse...

que ridiculo , o professor António Eduardo Chumbinho , foi dos melhores professores que tive até hoje!

Bernardo Lima Neves disse...

Ridículo mesmo! Professores como o professor António Eduardo Chumbinho, são raros de encontrar nos dias de hoje.

Diogo Marques disse...

Boas tardes aos leitores.
Antes de mais, belissímo blog que aqui apresentam.
Sou de Azeitão, aluno de uma turma do 9ºano da escola em questão e sou aluno do professor António Chumbinho.
E meteu-me certa piada os comentários citados aqui. A sério que meteu...
Porque a maior parte das pessoas que dizem que bater nas crianças é uma das maiores coisas que se pode fazer, são logo das primeiras que estão prontas a actuar quando é para chegar "a roupa ao pêlo" de alguém.
Depois, nunca vi um professor tão carismático e lutador como o professor Chumbinho. Transmitiu-me grandes lições de vida e nunca agrediu ou esteve perto de o fazer a ninguém.
Um dos melhores professores que já tive, sem dúvida e peço, não EXIJO, respeito a uma pessoa que luta pela sua profissão e gosta imenso daquilo que faz.