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29/11/2011

Defender a Arrábida a Património da Humanidade é um dever de todos

A Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), assumiu a promoção da candidatura da Arrábida a Património Mundial da Humanidade, em parceria com o Instituto da Conservação Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e as Câmaras Municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal. Logo se juntaram a estes, outros serviços públicos e da sociedade civil, bem como dezenas de setubalenses e amigos da região para se baterem pela aprovação desta candidatura. Eu fui um dos convidados. Aceitar não foi um favor mas um dever. Ou melhor: foi uma grande honra.

Arrábida não é nossa, foi nos legada. Por isso, temos que a estimar e cuidar muito bem dela para a podermos deixar aos nossos vindouros. Conseguir que a Arrábida seja considerada pela Unesco como Património Mundial fará com que toda a Humanidade colabore na criação de condições para a defender de tudo que a possa agredir, conservando-a como um local natural de valor ímpar pela sua beleza, um museu a céu aberto de processos geológicos demonstrativos da história da vida na Terra e um jardim a perder de vista de enorme riqueza florística, alguma única no mundo. A Serra Mãe tem sido, ao longo da sua história, estudada por muitos cientistas; cantada por músicos populares e eruditos; descrita por prosadores e poetas, sendo Sebastião da Gama, o mais eloquente; rezada por místicos. Sempre que alguém, de outras regiões dos pais ou de outras paragens do mundo me visita não deixo que parta sem conhecer a nossa “joia da coroa”. Ninguém fica indiferente a uma paisagem de tão grande esplendor, a uma herança geológica, ecológica e cultural preciosas. Ficam sempre deslumbradas com tanta beleza estética expressa no entrelaçar entre a natureza e a cultura; nos contrastes das cores dadas pelo mar, a terra, o céu e a serra.

o já muitas as organizações e pessoas que se comprometeram a promover esta candidatura. Mas só estas não chegam. Este terá que ser um desígnio nacional. Para isso, é necessário que os habitantes da Região de Setúbal deem o exemplo e todos se unam em torno desta causa. As famílias, as escolas, as instituições culturais, recreativas, solidárias e desportivas, as Igrejas… promovam visitas guiadas à Serra para se seja mais conhecida e amada; organizem campanhas de preservação do ambiente, levando à não deposição de lixos e à remoção dos existentes; organizem equipas de voluntariado ambiental para prevenirem situações que possam atentar contra tão singular património e avisar, atempadamente, as autoridades competentes.
 

O Poder Local seja capaz, com o apoio incondicional do Governo, de encontrar uma solução mais favorável para a conservação da Serra, evitando desequilíbrios ambientais e contribuindo para a diminuição da beleza, nomeadamente no que respeita à manutenção da Fábrica de Cimentos; a reutilização de edificados devolutos para fins turísticos, concretamente, as instalações militares; a construção de infraestruturas que estimulem o turismo sem agredir o ambiente, como por exemplo o acesso mais facilitado às praias; a recolha de cães que deambulam pela Serra, selvaticamente abandonados pelos donos, que esfomeados se tornam muito perigosos.
A cada cidadão pede - se que cuide da nossa Serra como uma pérola preciosa. Contribua para que se mantenha sempre limpa; não destrua a vegetação porque pode mesmo estar a aniquilar espécies únicas no mundo; desfrute de espaços tão aprazíveis, confraternizando com familiares e amigos, mas deixe tudo em melhores condições do que encontrou; faça registos fotográficos da Serra e coloque-as nas redes sociais ou mande-as a pessoas que vivam noutras latitudes do Planeta, etc.

Será difícil à Unesco encontrar justificações para não reconhecer a Arrábida como Património Mundial da Humanidade, pelo que estou confiante que a candidatura será aprovada. Mas se, por ironia, isso não acontecesse, a nossa Serra não deixará de ser um Património do Mundo, pois não é a humanidade que valoriza a Arrábida mas ela que lhe acrescenta valor. Que não sejam os que mais usufruem dela a desvalorizar tão precioso património. Seria uma grande ingratidão.

 
 


(Presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal e da Cáritas Portuguesa)

Rede de drenagem de águas residuais em Brejos de Azeitão

Uma rede de drenagem de águas residuais domésticas foi instalada recentemente na Rua do Emigrante, em Brejos de Azeitão, dotando esta área habitacional de infraestruturas de saneamento que garantem o adequado tratamento dos efluentes.

A intervenção, numa empreitada liderada pela Câmara Municipal de Setúbal cujo investimento rondou os 27 mil euros, solucionou um problema que afetava esta zona residencial, onde as águas residuais geradas eram encaminhadas para fossas séticas particulares.

A obra, executada em pouco mais de um mês, consistiu na implementação de tubagem de saneamento numa extensão aproximada de 380 metros lineares, na construção de caixas de visita e na ligação dos respetivos ramais em lotes construídos e ainda por construir.

In Rostos

Objetivo: compensar os produtores de cortiça que adotem boas práticas ambientais


A Coca-Cola Portugal associou-se à organização  ambiental WWF, atribuindo 30 mil euros anuais, para ajudar num projeto que  tem por objetivo compensar os produtores de cortiça que adotem boas práticas  ambientais. 

O Green Heart of Cork (GHoC) é o novo projeto da WWF - World Wide Fund  for Nature que, segundo o seu coordenador "visa a conservação da maior mancha  de sobreiro do mundo, localizada no vale inferior do Tejo e do Sado, numa  área de um milhão de hectares e sobre o maior aquífero ibérico".
 
A iniciativa tem como objetivo compensar os proprietários rurais que  contribuem para a retenção do carbono, a formação do solo, a regulação do  ciclo da água e a proteção da biodiversidade, através da certificação da  cortiça produzida nessas zonas. 

As duas entidades deslocaram-se hoje a Coruche para fazer uma visita  a uma das herdades onde será desenvolvido o projeto já que é a região onde  há a maior concentração de produtores de cortiça.   Até ao momento já foram certificados 50 mil hectares e já foi pedida  a certificação de mais 10 mil. "Procuramos proprietários que façam uma boa gestão das suas propriedades.  A maneira como asseguramos que essa gestão está a ser feita de forma adequada  é através de um sistema de certificação independente", disse Luís Silva,  coordenador do programa de conservação da WWF em Portugal, à agência Lusa.

A certificação será atribuída pela Forest Stewardship Council (FSC)  e isso, destacou Luís Silva, trará vantagens para os produtores de cortiça. "Queremos incentivá-los à certificação pois já perceberam que isso é  um investimento válido, porque o produto florestal que vão vender, neste  caso a cortiça, terá uma mais valia se tiver certificada e será vendida  mais facilmente", afirmou o responsável. 

O projeto foi lançado há cerca de um mês, o balanço até agora tem sido  positivo mas, Luís Silva, espera que mais empresas e proprietários adiram  à iniciativa nos próximos meses. 

"O contexto não é dos mais favoráveis mas as empresas têm de compreender  que, para a sustentabilidade a médio longo prazo da sua atividade, necessitam  dos recursos naturais disponíveis", salientou o coordenador do projeto.

A Coca-Cola Portugal, foi até ao momento, a única empresa que se associou  à iniciativa Green Heart of Cork (GHoC), com a atribuição de 30 mil euros  anuais, inserida no âmbito da política de responsabilidade social da empresa.

A fábrica Refrige, única unidade de engarrafamento de bebidas do Grupo  Coca-Cola, sediada em Azeitão, é abrangida pelo maior aquífero ibérico que  vai desde a zona de Santarém, passa pela península de Setúbal e prologa-se  até à zona de Grândola. "Este projeto de preservação do sobreiro e da cortiça irá trazer benefícios  qualitativos para o aquífero, donde nós extraímos a água para produzir os  nossos produtos na fábrica", explicou a ligação a este projeto o diretor  das relações externas da empresa, Tiago Santos Lima. 

Além dessa razão, o facto de "ser uma coisa original, local e o único  projeto a nível mundial de responsabilidade social na área ambiental que  está a apoiar a cortiça", também cativaram a empresa a aderir, referiu Tiago  Santos Lima, que estima que a parceria dure três anos. 
      
 In Lusa

Ainda virá a moda de se pedir um moscatel à sobremesa

António Soares Franco aposta na promoção
Fotografia © Steven Governo/Global Imagens
Além de produzir um dos vinhos generosos mais antigos do País, a José Maria da Fonseca tem mais de 30 marcas próprias.

O caminho tem sido longo para levar o moscatel de Setúbal até às mesas portuguesas. Mas a aposta tem ganho terreno, embora os estudos de mercado não deixem dúvidas sobre o desconhecimento que os portugueses ainda têm deste néctar "nascido e criado" sob a influência do microclima da serra da Arrábida. A promoção vem dando frutos, ainda que quase a conta-gotas, enquanto os prémios internacionais ajudam a catapultar este "vinho generoso" para um patamar mais acima. Já é a bandeira (ou será coqueluche?) da histórica casa em Azeitão José Maria da Fonseca (JMF). Mesmo representando apenas 10% da comercialização da empresa familiar.
Chegou o momento de a própria produção dar ideias aos consumidores. A proposta parte do presidente do conselho de administração da JMF, António Soares Franco: "Nesta época do ano, estar sentado à lareira a comer castanhas assadas, acompanhadas com um moscatel, é uma excelente combinação", sugere, embora prefira alertar para a importância de os chefs de cozinha começarem a estudar "finais de refeição" em que o moscatel assente que nem uma luva.
"As bebidas espirituosas estão em queda livre, o que abre boas possibilidades a um cálice de moscatel", acredita António Soares Franco, admitindo que quando a maioria dos portugueses conhecer este vinho licoroso - que hoje tem saída apenas na zona da Grande Lisboa - "talvez o venham pedir à sobremesa".
Afinal, garante, está em causa "um produto que tem uma boa imagem e que está muito acessível na qualidade/preço", embora alerte a concorrência para o facto de que nunca deverá colocar uma garrafa no mercado abaixo dos quatros euros. Precisamente com o intuito de a imagem não ser beliscada. "Temos de ganhar estatuto e arranjar forma de comunicar com os restaurantes", nota.
As vendas anuais da JMF rondam os 500 mil litros de moscatel, um dos mais antigos vinhos generosos de Portugal, a par dos vinhos do Porto e da Madeira, que lhe valeu a demarcação de origem há mais de um século, embora a sua história remonte aos tempos de Luís XIV. Já então se consumia moscatel de Setúbal no estrangeiro, para onde hoje são exportados apenas cerca de 10% da produção, a repartir por 20 países.
Os nórdicos, os norte-americanos e os brasileiros são os principais clientes. Haveria mais interessados, mas a produção está praticamente toda vendida em Portugal, tratando-se de um vinho que precisa de envelhecimento, não podendo ir para o mercado antes dos quatro ou cinco anos de estágio.
Mas é caso para dizer que na JMF há mais vida para além do moscatel. Há todo um "império vinícola", traduzido na produção de mais de 30 marcas de vinho, que foi sendo conquistado a pulso desde o longínquo 1834, quando José Maria da Fonseca, filho de um comerciante no Cais do Sodré, avançou para este negócio, que se prolongou por gerações e que hoje chega a exportar cerca de 80% da produção.
A família viria a passar um mau bocado no período pós-25 de Abril, acabando por ter de vender 51% da empresa a um sócio americano, em 1985. O juro estava a 35% e era pago à cabeça. Matava qualquer tentativa de negócio. Mas havia de recuperar a "casa-mãe", depois de pagar dívidas, comprar adegas e reequipá-las. Deu um salto decisivo no mercado e em 1996 já estava de malas e bagagens na JMF.
Ainda hoje António Soares Franco recorda o regresso a casa com orgulho. Para este engenheiro formado no Instituto Superior de Economia, onde fez o último exame na noite de 27 de Novembro de 1974, em pleno recolher obrigatório, mesmo em tempo de crise "não há tempo para parar".
In DN/Roberto Dores

16/11/2011

Mar levou a areia e deixou amontoado de pedras na praia do Portinho da Arrábida

A reposição de areia na praia do Portinho é uma prioridade da direcção do Clube da Arrábida, entidade que não se conforma com o amontoado de pedras naquela que é considerada uma das praias mais bonitas do país.

“O que se passa aqui na praia do Portinho é um problema de desassoreamento, em que a areia tem diminuído brutalmente. É uma praia que está considerada como uma das sete maravilhas nacionais, mas que, hoje em dia, é só pedras”, disse à Lusa o director do clube, João Cerqueira.

Queremos perceber as causas deste fenómeno, as soluções que existem e a quem compete implementar essas soluções”, acrescentou, durante uma visita à praia do Portinho da Arrábida.

Segundo João Cerqueira, parte da areia da praia levada pelo mar tem sido depositada a poucos metros da linha de costa, designadamente nas imediações de um afloramento rochoso conhecido por ‘Pedra da Anicha’, onde havia uma profundidade de cinco metros, mas que actualmente é de, apenas, cerca de dois metros.

Para tentar perceber as razões do desassoreamento progressivo da praia do Portinho ao longo dos últimos cinco ou seis anos, o Clube da Arrábida decidiu organizar um colóquio - “Desassoreamento da Arrábida - causas e soluções” -, com a colaboração do Parque Natural da Arrábida e da Câmara de Setúbal.

Na iniciativa, que se realizará quarta-feira em Setúbal, participam especialistas da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e do Laboratório Nacional de Energia e Geologia. “Esperamos que este colóquio, para além de nos permitir identificar as razões do desassoreamento da praia, nos permita também perceber como travar e inverter este processo”, disse João Cerqueira, adiantando que há dois tipos de soluções conhecidas. “Uma delas passa pela construção de pontões em determinados sítios, que criem correntes marítimas que tragam a areia de volta daqui a muitas dezenas de anos. Outra solução, mais rápida, seria pura e simplesmente repor a areia, com uma draga aqui em frente”, acrescentou João Cerqueira, reconhecendo, no entanto, que qualquer destas soluções tem custos elevados.

13.11.2011 - 11:47 Por Lusa