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03/02/2010

É urgente perceber como funcionam os partidos políticos.


Os partidos políticos são essenciais à democracia, por isso é absolutamente necessário que melhore o seu funcionamento. Todos temos que nos preocupar com a vida dos partidos e não nos alhearmos da política. Quando não nos interessamos por política alguém se interessa por nós.
Defendo até que isto seja ensinado nas escolas.
Existem hoje problemas de corrupção em todo o mundo e também na Europa do Sul e Portugal não foge à regra.
Os partidos políticos são em grande parte financiados pelo estado, isto é com o nosso dinheiro, e só eles podem apresentar listas de candidatos a deputados à Assembleia da República, donde emana o governo do país. São portanto os partidos que recebem o mandato para governarem em nome do povo.
Os partidos políticos também apresentam os candidatos a autarcas e indicam os dirigentes do aparelho de estado, para os lugares de nomeação.

Enfim, nós entregamos aos partidos políticos a governação do país. Se existe muita corrupção a culpa é em primeira linha dos partidos políticos, dos seus dirigentes e dos quadros dos partidos que nos governam.

É urgente perceber a importância dos partidos políticos na nossa vida colectiva.

Não há no país uma consciência forte que censure a corrupção e o que se passa no país, passa-se também dentro dos partidos políticos.

Não existe nos partidos políticos uma vontade política forte para expulsar os corruptos e não deixar subir a lugares de responsabilidade os incompetentes e os oportunistas.

Só uma minoria de portugueses sabe que um líder de um grande partido com vocação de governo é eleito com umas dezenas de milhar de votos dos aderentes e que uma comissão política concelhia de um concelho de média dimensão e que tem o poder para apresentar os candidatos que vão governar uma câmara é eleita muitas vezes por 200,300 votos ou menos.

Penso que o combate à corrupção e à incompetência ter que ser feito em primeiro lugar dentro dos partidos com uma grande exigência de ética política. Só uma forte critica à actuação dos partidos vinda do exterior poderá "acordar" os militantes e mudar a sua actuação.

Em todos os concelhos existem secções de residência dos grandes partidos, que votam nos dirigentes locais, regionais e nacionais. É exigível que os dirigentes locais dos partidos sejam pessoas credíveis aos olhos da população, honestos e acima de toda a suspeita, só assim se justifica que exerçam esses cargos.

Lamentavelmente muitas vezes não é assim, os dirigentes locais são mandatários de outros que não o querem ser, mas que andam sempre na "crista da onda" para candidatos a deputados, dirigentes de empresas, governantes nacionais e nunca aparecem nas secções de residência. Ser dirigente local de um partido não é sinal de competência ou credibilidade e não devia ser assim. Eu costume dizer qualquer um serve.

Para que as coisas melhorem ,os munícipes de cada concelho, têm que ter uma forte consciência critica em relação aos dirigentes locais de todos os partidos e da competência e idoneidade dos seus membros que eles conhecem bem por viverem na mesma comunidade.

Se tivermos bons dirigentes locais escrutinados pela crítica da população em geral e não só pelos militantes em cada concelho, é sinal que a estrutura partidária da base ao topo vai melhorar, porque o voto de todos passa a ser mais responsável.

Não são precisos códigos de conduta, nem mais leis, a ética republicana e o empenhamento crítico de todos é suficiente para melhorar a governação e diminuir a corrupção. Acabar com ela num país latino é completamente impossível.

José Bastos

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