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18/01/2010

A Marca (Azeitão) como factor de competitividade regional


O princípio de criação das marcas regionais tem como objectivo facilitar a identificação dos produtos e associá-los a uma determinada região. Os produtos regionais de qualidade são importantes elementos para a afirmação de um destino turístico, garantem a integração da população, compatibilizando saúde ocupacional e responsabilidade social, permitem também introduzir novas tecnologias nos produtos nacionais, aumentando os níveis de educação e formação social e técnica. A Península de Setúbal apresenta marcas com reconhecimento nacional e prestígio internacional que exaltam a tradição agrícola da Região.

O “Queijo de Azeitão” é sem dúvida um belo cartão-de-visita da península. É produzido a partir de leite de ovelha em três concelhos da península (Setúbal, Palmela e Sesimbra). Este excelente queijo apresenta um sabor parecido ao do Queijo da Serra com um travo ligeiramente mais ácido, característica que o distingue. Este queijo é descendente dos primitivos queijos da Serra. Habitualmente é vendido com cerca de 20 dias de cura, apresentando casca fina de cor amarelo palha, pasta mole e amanteigado.
O Agrupamento de Produtores de Queijo de Azeitão (APQA) assegura a qualidade e cumprimento das regras da região Demarcada do Queijo de Azeitão, garantindo o cumprimento das regras associadas ao uso da Denominação de Origem.

A diversidade geoclimática e de solos que encontramos na Península está na base do aparecimento de vinhos de qualidade certificada. Existem a D.O.C. Palmela (brancos, tintos, espumantes, frisantes, rosados e licorosos) e D.O.C. Setúbal (generosos) e o Regional Terras do Sado (em todo o Distrito), sendo que a cada uma correspondem castas e áreas geográficas específicas.

A denominação de origem Arrábida (agora integrada no V.Q.P.R.D. Palmela) e parte da D.O.C. Setúbal surgem junto à serra da Arrábida onde predominam solos argilo-calcários e um clima ameno. Por essa razão é uma zona mais vocacionada para vinhos generosos, para alguns brancos, e para tintos de castas menos adaptadas a areias e a climas quentes.
No resto da Península, os solos fundamentalmente arenosos e variações de temperatura mais extremas possibilitam uma maior expansão da vinha e melhores condições para a produção de vinhos tintos mais encorpados.

De entre os vinhos da região destacam-se entre outros o Moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo, obtido de uma casta inteiramente portuguesa, o vinho licoroso de Palmela (Palmela V.L.Q.P.R.D.) e o Bastardinho – vinho bastante raro do qual só existem reservas - e nos tintos, Palmela e Terras do Sado. Os brancos têm tido uma grande expansão nos últimos anos.

Consta que pelos finais do séc.XVIII o Moscatel de Setúbal era citado numa ementa da Ordem do Hospital de São João de Jerusalém (Ordem de Malta), classificado pelos monges-cavaleiros como sendo «o precioso Setúbal».

A demarcação da Região do Moscatel data de 1907/1908, cumprindo-se actualmente o primeiro centenário da sua criação.

Autor: Escola Superior de Ciências Empresariais - Instituto Politécnico de Setúbal

curiosidades

Os primeiros vinhos em Portugal

Pensa-se que o vinho terá entrado em Portugal através dos Fenícios, nomeadamente pelos estuários dos rios Sado e Tejo, por volta de 600 anos a.C. Os Fenícios procuravam metais e como moeda de troca ofereciam, entre outros produtos, ânforas de vinho e azeite.

Maior vinha do mundo

No século XIX, a maior vinha contínua do mundo situava-se na região da Península de Setúbal: eram cerca de 4000 hectares de vinha que pertenciam a apenas um produtor. Hoje a área ocupada pela vinha situa-se entre os 10000 hectares.


O Moscatel

O Moscatel de Setúbal sempre foi um vinho com grande fama nacional e internacional. Um dos grandes apreciadores deste vinho foi o rei francês Luís XIV.


Torna-Viagem

O Moscatel era muito exportado para o Brasil. Aí, o vinho era vendido e o que sobrava regressava a Portugal. O transporte era efectuado em navios que atravessavam todo o Atlântico e por isso, sujeitos a elevadas temperaturas. Quando os barris eram desembarcados, notava-se que o vinho estava mais concentrado e suave. Estes vinhos ficaram conhecidos por torna-viagem, porque faziam uma viagem para fora de Portugal e outra de regresso ao país.

prémios e distinções

O Moscatel Roxo – Setúbal 1999 da Bacalhôa Vinhos de Portugal obteve uma medalha de ouro no concurso internacional ‘Muscats du Monde 2009’, realizado em Frontignan-La-Peyrade, França. A distinção coloca este moscatel como o único português entre os dez melhores do mundo.

A casta Moscatel Roxo estava, até há poucos anos, em vias de extinção. Existente apenas em Portugal e tendo em conta que origina vinhos de qualidade superior, a Bacalhôa Vinhos de Portugal promoveu o plantio da maior vinha de Moscatel Roxo na região de Setúbal. Produzido unicamente com esta casta, e de uma única colheita, o Moscatel Roxo tem um aroma intenso, com notas florais de laranjeira e rosa, passas, frutos secos e mel. Ideal como digestivo, deve ser servido à temperatura de 16 -18 ºC.

A Bacalhôa Vinhos de Portugal está a comercializar uma embalagem especial para o Dia dos Namorados. Trata-se de um conjunto que contempla uma garrafa de Bacalhôa Moscatel Roxo 1999 e bombons de chocolate de leite ou preto com recheio cremoso.
A partir do dia 1 de Fevereiro, na compra desta embalagem, por 25 euros, nas lojas do grupo Bacalhôa, serão oferecidas duas visitas com prova de vinhos à adega e ao Palácio da Bacalhôa a realizar no sábado dia 13, o dia dedicado aos namorados na Bacalhôa.

Com lotação limitada, a visita tem a duração de duas horas e terá dois horários disponíveis (inicio às 11 e às 15 horas), mediante marcação prévia através do contacto telefónico 212 198 060 ou do e-mail visitas@bacalhoa.pt.


A José Maria da Fonseca foi também premiada com a classificação de 100 pontos, através do Moscatel de Setúbal 1947.
Robert M. Parker dedica-se ao mundo dos vinhos desde 1967 e é, hoje em dia, o mais conceituado crítico de vinhos mundial.
Com críticas presentes em conceituados jornais e revistas internacionais, entre os quais a Time, Newsweek, USA Today, The New York Times, Sunday Telegraphe, The Independent, The Financial Times, Le Journal de Dimanche, L’Express, The Economist, Paris Match e Figaro.

No seu portal, eRobertParker.com, o principal crítico mundial dá uma classificação de 100 pontos ao Moscatel de Setúbal 1947, a mais elevada e equivalente ao “vinho perfeito”.

Esta colheita antiga do Moscatel de Setúbal não irá ser comercializada, servindo apenas como um exemplo da excelência que estes vinhos podem atingir. Para além desta classificação, a José Maria da Fonseca foi premiada com outras pontuações muito elevadas ao Moscatel de Setúbal 1902 (97 pontos); Moscatel Roxo 1909 (95 pontos) e Periquita Reserva 1980 (89 pontos).

O Setúbal Roxo 20 Anos é um vinho de sobremesa produzido na Região de
Setúbal, que foi reconhecida como região demarcada em 1907. Esta casta encontra-se em extinção, existindo apenas uma pequena vinha em Azeitão. Trata-se de uma uva roxa, que contém um aroma intenso a especiarias e um paladar concentrado e muito frutado. Este vinho é feito através de um lote em que a idade da colheita mais nova tem 20 anos e a mais antiga 40 anos. O estágio é feito em madeira usada, visto que o que nos interessa é a oxidação daqui resultante e não o aroma a madeira.

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