
O “Queijo de Azeitão” é sem dúvida um belo cartão-de-visita da península. É produzido a partir de leite de ovelha em três concelhos da península (Setúbal, Palmela e Sesimbra). Este excelente queijo apresenta um sabor parecido ao do Queijo da Serra com um travo ligeiramente mais ácido, característica que o distingue. Este queijo é descendente dos primitivos queijos da Serra. Habitualmente é vendido com cerca de 20 dias de cura, apresentando casca fina de cor amarelo palha, pasta mole e amanteigado.
O Agrupamento de Produtores de Queijo de Azeitão (APQA) assegura a qualidade e cumprimento das regras da região Demarcada do Queijo de Azeitão, garantindo o cumprimento das regras associadas ao uso da Denominação de Origem.
A diversidade geoclimática e de solos que encontramos na Península está na base do aparecimento de vinhos de qualidade certificada. Existem a D.O.C. Palmela (brancos, tintos, espumantes, frisantes, rosados e licorosos) e D.O.C. Setúbal (generosos) e o Regional Terras do Sado (em todo o Distrito), sendo que a cada uma correspondem castas e áreas geográficas específicas.
A denominação de origem Arrábida (agora integrada no V.Q.P.R.D. Palmela) e parte da D.O.C. Setúbal surgem junto à serra da Arrábida onde predominam solos argilo-calcários e um clima ameno. Por essa razão é uma zona mais vocacionada para vinhos generosos, para alguns brancos, e para tintos de castas menos adaptadas a areias e a climas quentes.
No resto da Península, os solos fundamentalmente arenosos e variações de temperatura mais extremas possibilitam uma maior expansão da vinha e melhores condições para a produção de vinhos tintos mais encorpados.
De entre os vinhos da região destacam-se entre outros o Moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo, obtido de uma casta inteiramente portuguesa, o vinho licoroso de Palmela (Palmela V.L.Q.P.R.D.) e o Bastardinho – vinho bastante raro do qual só existem reservas - e nos tintos, Palmela e Terras do Sado. Os brancos têm tido uma grande expansão nos últimos anos.
Consta que pelos finais do séc.XVIII o Moscatel de Setúbal era citado numa ementa da Ordem do Hospital de São João de Jerusalém (Ordem de Malta), classificado pelos monges-cavaleiros como sendo «o precioso Setúbal».
A demarcação da Região do Moscatel data de 1907/1908, cumprindo-se actualmente o primeiro centenário da sua criação.
Autor: Escola Superior de Ciências Empresariais - Instituto Politécnico de Setúbal
curiosidades
Os primeiros vinhos em Portugal
Pensa-se que o vinho terá entrado em Portugal através dos Fenícios, nomeadamente pelos estuários dos rios Sado e Tejo, por volta de 600 anos a.C. Os Fenícios procuravam metais e como moeda de troca ofereciam, entre outros produtos, ânforas de vinho e azeite.
Maior vinha do mundo
No século XIX, a maior vinha contínua do mundo situava-se na região da Península de Setúbal: eram cerca de 4000 hectares de vinha que pertenciam a apenas um produtor. Hoje a área ocupada pela vinha situa-se entre os 10000 hectares.
O Moscatel
O Moscatel de Setúbal sempre foi um vinho com grande fama nacional e internacional. Um dos grandes apreciadores deste vinho foi o rei francês Luís XIV.
Torna-Viagem
O Moscatel era muito exportado para o Brasil. Aí, o vinho era vendido e o que sobrava regressava a Portugal. O transporte era efectuado em navios que atravessavam todo o Atlântico e por isso, sujeitos a elevadas temperaturas. Quando os barris eram desembarcados, notava-se que o vinho estava mais concentrado e suave. Estes vinhos ficaram conhecidos por torna-viagem, porque faziam uma viagem para fora de Portugal e outra de regresso ao país.
prémios e distinções
O Moscatel Roxo – Setúbal 1999 da Bacalhôa Vinhos de Portugal obteve uma medalha de ouro no concurso internacional ‘Muscats du Monde 2009’, realizado em Frontignan-La-Peyrade, França. A distinção coloca este moscatel como o único português entre os dez melhores do mundo.
A casta Moscatel Roxo estava, até há poucos anos, em vias de extinção. Existente apenas em Portugal e tendo em conta que origina vinhos de qualidade superior, a Bacalhôa Vinhos de Portugal promoveu o plantio da maior vinha de Moscatel Roxo na região de Setúbal. Produzido unicamente com esta casta, e de uma única colheita, o Moscatel Roxo tem um aroma intenso, com notas florais de laranjeira e rosa, passas, frutos secos e mel. Ideal como digestivo, deve ser servido à temperatura de 16 -18 ºC.
A Bacalhôa Vinhos de Portugal está a comercializar uma embalagem especial para o Dia dos Namorados. Trata-se de um conjunto que contempla uma garrafa de Bacalhôa Moscatel Roxo 1999 e bombons de chocolate de leite ou preto com recheio cremoso.
A partir do dia 1 de Fevereiro, na compra desta embalagem, por 25 euros, nas lojas do grupo Bacalhôa, serão oferecidas duas visitas com prova de vinhos à adega e ao Palácio da Bacalhôa a realizar no sábado dia 13, o dia dedicado aos namorados na Bacalhôa.
Com lotação limitada, a visita tem a duração de duas horas e terá dois horários disponíveis (inicio às 11 e às 15 horas), mediante marcação prévia através do contacto telefónico 212 198 060 ou do e-mail visitas@bacalhoa.pt.
A José Maria da Fonseca foi também premiada com a classificação de 100 pontos, através do Moscatel de Setúbal 1947.
Robert M. Parker dedica-se ao mundo dos vinhos desde 1967 e é, hoje em dia, o mais conceituado crítico de vinhos mundial.
Com críticas presentes em conceituados jornais e revistas internacionais, entre os quais a Time, Newsweek, USA Today, The New York Times, Sunday Telegraphe, The Independent, The Financial Times, Le Journal de Dimanche, L’Express, The Economist, Paris Match e Figaro.
No seu portal, eRobertParker.com, o principal crítico mundial dá uma classificação de 100 pontos ao Moscatel de Setúbal 1947, a mais elevada e equivalente ao “vinho perfeito”.Esta colheita antiga do Moscatel de Setúbal não irá ser comercializada, servindo apenas como um exemplo da excelência que estes vinhos podem atingir. Para além desta classificação, a José Maria da Fonseca foi premiada com outras pontuações muito elevadas ao Moscatel de Setúbal 1902 (97 pontos); Moscatel Roxo 1909 (95 pontos) e Periquita Reserva 1980 (89 pontos).
O Setúbal Roxo 20 Anos é um vinho de sobremesa produzido na Região de
Setúbal, que foi reconhecida como região demarcada em 1907. Esta casta encontra-se em extinção, existindo apenas uma pequena vinha em Azeitão. Trata-se de uma uva roxa, que contém um aroma intenso a especiarias e um paladar concentrado e muito frutado. Este vinho é feito através de um lote em que a idade da colheita mais nova tem 20 anos e a mais antiga 40 anos. O estágio é feito em madeira usada, visto que o que nos interessa é a oxidação daqui resultante e não o aroma a madeira.
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